Pegadas no Desconhecido

Triste daquele que morre....sem conhecer o motivo da sua existência...


Foi hà poucas Luas
Que sonhei com algo que me marcou…
Algo que conhecia… mas talvez nunca tenha parado para pensar em tal assunto

Sonhei com a morte…
O que me fez pensar no que acontecerá quando morrer
Não gostei dos meus pensamentos…
De tal modo que fui incapaz de não entrar em pânico… por saber que nada podia fazer
No fundo… “descobri” que vou morrer

É certo, que desde o momento que tomamos consciência do que realmente somos…
Que sabemos que vamos morrer…
Mas acabamos por esconder esse conhecimento dentro de nós…
Com a desculpa de que ainda falta muito tempo…

Sinceramente… até nunca fui pessoa de pensar em tal coisa ...
Até àquele dia… até àquela noite
Pois aquele sonho despertou-me para o inevitável
Algo que não sei quando vai acontecer
Ou melhor… que nem sei, ao certo, o que é!

O que é a morte afinal?
Já ouvi tantas definições que nem sei no que acreditar…

Uns dizem que se trata do nada… ou seja, fechamos os olhos e acaba. O passado apaga, o presente não existe e o futuro é impossível. Perdemos a consciência naquele momento…
Outros dizem que é somente o nosso corpo que morre, pois continuamos o nosso caminho como almas… onde a nossa essência permanece viva para todo o sempre.
E ainda outros acreditam que voltaremos a este mundo… num outro corpo… mas sem qualquer memória desta nossa passagem.

Ouvindo e interpretando cada uma destas opiniões…
Continuo sem saber em qual delas acreditar…
Pois para mim, são tão cruéis, que não quero nenhuma delas…

A mais popular, e talvez a mais certa, é que tudo se apaga com a morte
E por ironia… é principalmente esta que me atormenta...

Amo a vida…
Para mim a vida é algo sem definição… algo extremamente grandioso …
De tal forma, que não consigo aceitar que algo assim possa acabar de tal maneira…
Que basta um segundo para tudo acabar… como se nunca tivesse qualquer valor…

É nisto que acredito ...
Que a vida não pode acabar num segundo...

Ou estarei a iludir-me?
Pior cego é aquele que não quer ver?
Serei eu esse cego?
Talvez…

Não sei se algum dia estarei preparada para morrer…
Mas há quem diga que com o passar dos anos e com o envelhecimento do corpo,
Acabamos por nos cansar de viver…

Será verdade?
Alguma vez me cansarei de viver?
Será isso possível?

E na minha cabeça as perguntas sem resposta surgem…
Não encontro a solução do problema… quando talvez, a solução seja o próprio problema.
Pois é certo… que da morte ninguém regressou para contar a sua história

Talvez seja mesmo disso que tenho medo
Que caminho para o desconhecido…
De não saber se o que me espera é bom, mau ou talvez não passe de nada.

Quero Gritar!!!
Gritar aos quatro ventos para que o tempo pare…
Mas Deus não me deu tal poder…
E aqui fico eu… perdida
Submersa pelos meus pensamentos
Sentindo que a esperança pouco se encontra dentro de mim…

Ao fundo… oiço o relógio…
O ponteiro dos segundos percorre o seu caminho…
Enquanto eu paro no meu próprio tempo…
Mas o ponteiro continua… e lembra-me…
Que apesar de todos os meus esforços, ele continua a avançar…
Sem parar!

O destino aproxima-se…
O ciclo perdido surge novamente nos meus pensamentos…
E eu volto a entrar em pânico!
Nada posso fazer…
A impotência vai-me consumindo por dentro!

Naquela noite… em que para mim tudo mudou…
O mundo girou…
A Lua brilhou …

E o relógio nunca parou…


Bons foram os momentos… que passei contigo
Ensinaste-me tantas coisas
Que cheguei a admirar-te pela pessoa que eras…
Eras especial

Mas houve naquele dia
Um momento…
E a nossa vida mudou
Fomos obrigados a separarmo-nos
E jamais voltaríamos a ser os mesmos

Jurei…
que não seria a separação
a destruir os meus sentimentos por ti
Farias sempre parte da minha vida

Consegui…
Fui forte, mas tu… não foste
Nunca aceitaste a separação
E a pessoa que um dia amei… deixou de existir

Mudaste completamente…
Como se um manto negro te envolvesse
Na tua vida as palavras “traição” e “vingança”… começaram a surgir

Não medias as consequências dos teus actos
E o nosso passado deixou de apagar os teus erros…

Comecei a odiar-te…
Pelas coisas que fazes
E por estares a destruir as boas memorias que tinha de ti

Espero que um dia acordes…
E vejas os erros que cometes-te

Mas que nessa altura será tarde demais… para te perdoar